segunda-feira, 26 de abril de 2010

Metrofor dos desesperados



25/04/2010 - Diário do Nordeste

Três multinacionais ameaçam o cronograma do metrô de Fortaleza, para cuja conclusão o Governo do Ceará trabalha "desesperadamente", diz o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, que garante: "Em setembro, o metrô entra em teste".
Quando é que o fortalezense vai, finalmente, dizer: eu tenho um metrô?
Nós estamos trabalhando desesperadamente para que isso aconteça neste ano...
Desesperadamente?
Sim, desesperadamente. Trata-se de uma vontade imensa, principalmente do governador Cid Gomes, que abraçou esta causa e pela qual tem trabalhado incansavelmente. É vontade também do secretário de Infraestrutura, Adail Fontenele, e é minha vontade. É ainda vontade do Ministério das Cidades e de todos os envolvidos no projeto. Essa obra já se arrasta há dez anos e isso é muito triste, amargurando todo mundo. É por esta razão que digo que estamos hoje trabalhando desesperadamente para concluir a obra neste ano.
Seu discurso não é o mesmo dos seus antecessores?
Acho que todos os meus antecessores também quiseram que essa obra terminasse, mas um veículo não anda sem combustível, da mesma maneira que uma obra não anda sem recursos. Então, por mais desesperados que eles também estivessem, o equacionamento financeiro foi suspenso por conta da situação que o País viveu, com déficit primário, com cortes do orçamento, e isso só foi solucionado no primeiro mandato do presidente Lula. Agora, no segundo mandato presidencial, com a interferência direta, pessoal, do governador Cid Gomes, conseguimos recuperar o escopo original do projeto e passamos a ter recursos necessários à conclusão do Metrofor. E graças ao empenho do governador, o Estado do Ceará aportou muito mais de contrapartida, fazendo com que a União também ampliasse sua participação, o que levou à definitiva solução do problema financeiro. O que tivemos depois foram questões burocráticas, também já solucionadas.
Depois de passar esta fase desesperada, o Metrofor será parecido com que metrô?
O trem que encomendamos, recentemente, da Itália tem design atualíssimo e pode ser visto circulando na região de Nápoles. É muito moderno. Ele permite o acoplamento de dois trens em menos de dois segundos, formando composições de seis carros, com 80 metros de comprimento, ou composições de até 120 metros, ou seja, poderemos atrelar até três trens.
Nos horários de pico?
Vamos trabalhar, nos horários de pico, com composições de 80 metros, mas, conforme a necessidade, poderemos operar com trens de até 120 metros. Aliás, as estações subterrâneas do Metrofor foram dimensionadas e já foram ou estão sendo construídas para a operação de trens com até 120 metros, que é o máximo. A futura Linha Leste do Metrofor, que ligará o Centro de Fortaleza à Unifor, terá suas estações com plataforma de 120 metros.
Os pagamentos do Metrofor estão em dia? O que falta fazer para concluí-lo?
Os pagamentos estão em dia. Infelizmente, hoje, com a paralisação da obra, o problema não se tornou só financeiro, mas um problema burocrático imenso, porque o tempo traz custo para o dinheiro. Então, o Metrofor, que passou quase cinco anos rastejando, praticamente parado, teve vários custos adicionais. Agora mesmo, nós temos um problema seriíssimo com os fornecedores de componentes e montagens de sistema. Quando à obra civil, que é a mais auditada pelo TCU, nós estamos tocando obedecendo aos acórdãos do TUC, fazendo as retenções determinadas por aquela corte, e as empresas da construção civil estão tocando a obra e todas as frentes estão abertas. O problema que temos hoje é relacionado com a parte de sistema. O trem o governador equacionou, colocando recursos adicionais da ordem de R$ 24 milhões e comprou os trens italianos - são 20 trens de 40 metros. Mas a parte de energia elétrica, de cabeamento, de sinalização, do centro de controle operacional ainda está pendente, porque eles querem exatamente o desequilíbrio econômico-financeiro para voltar a trabalhar. E nós temos que esses caras voltem a trabalhar, imediatamente.
Eles quem?
A Alstom, a Siemens e a Adtranz.
São multinacionais?
Sim, as três são multinacionais que trabalham no fornecimento desses equipamentos. Então, o TCU, com grande propriedade, e eu reconheço o valor do TCU neste aspecto, diz que, mesmo que o contrato seja de preço global, para que haja o replanilhamento, você tem de abrir os preços. E elas não querem abrir os preços. Elas alegam segredos comerciais, industriais. Elas têm as suas razões e o TCU tem as dele. Como é que eu vou fazer o replanilhamento parta diminuir um equipamento que eu não vou precisar, no caso, sendo explícito, os trens? Eu não preciso mais do trem da Alstom. Uma vez que o governador está comprando trens da Itália, eu não preciso mais do trem da Alstom. Então, o que vou fazer? Eu vou tirar o trem da Alstom de dentro do contrato, o que dará um lastro financeiro suficiente para pagar o desequilíbrio econômico-financeiro, desde que elas comprovem esses desequilíbrio. Para isso, elas têm de abrir todos os seus preços, mas elas não querem fazer isso. Se não abrem, eu não consigo cumprir a determinação do TCU. Então, a cogestora da obra, que é a CBTU, que repassa recursos para o metrô, não aprova o aditivo de replanilhamento. Com isso, eu não consigo pagar o desequilíbrio econômico-financeiro e eles não se mobilizam. O grande dilema é este. Já fizemos uma reunião na CBTU, que bateu nas empresas, dizendo: vocês têm que abrir os preços. O TCU determinou e é legal, e isso tem de ser aberto. E elas disseram: não se pode mudar a regra do jogo depois de o jogo ter sido iniciado. Mas isso não tem nada a ver. Como eu vou fazer um replanilhamento sem saber o que vou diminuir, quanto custa e o que vou mudar? Então, o TCU tem razão: as empresas têm de abrir os preços para que nós possamos aprovar o aditivo e eles possam se mobilizar e nós possamos testar o trem em setembro deste ano.
Na ideia do Metrofor, como será o funcionamento do metrô?
Ele terá uma operação segura, rápida, segregada, sem qualquer interseção ou interferência do sistema viário. No centro é um túnel e onde havia interferência construíram-se viadutos e elevados. A Estação de Parangaba foi rebaixada para evitar interferência. Depois, ele terá um intervalo de viagens de menos de 15 minutos. Nossa faixa de intervalo será de 12 minutos no horário normal, chegando a seis minutos nos horários de pico, podendo alcançar até três minutos, desde que haja investimento na sinalização.
Quem operará o metrô?
Para iniciar a operação assistida em setembro, usaremos o quadro próprio remanescente da CBTU, que será treinado pelo Metrô de Recife. Depois, faremos concurso público para o quadro definitivo.
Que conforto terá o usuário do Metrofor?
O usuário terá um trem muito bom, rápido, com aceleração excelente, monitorado por computador de bordo, circuito de tevê, ar condicionado, com salão continuo, sem divisória entre os carros. O trem original da Alstom não tinha salão contínuo.
O teste de setembro é para dar ao fortalezense a certeza de que ele terá seu metrô?
Toda vez que um sistema vai entrar em operação, precisa fazer uma operação assistida, que são os ajustes finais. Nós estamos fazendo isso agora no Cariri, com o VLT que ligará Juazeiro e Crato. Lá, a operação assistida foi um sucesso. É um procedimento padrão.
O Metrofor nem está pronto. Por que se fala na Linha Leste?
Porque, em todo o mundo, os metrôs começam e vão sendo ampliados à medida que as cidades crescem. Será assim com o Metrô de Fortaleza.

Novo desafio
Em um País um pouquinho mais eficiente - para não repetir Charles de Gaulle, o metrô de Fortaleza estaria operando desde o terceiro ano desta década. Quase três lustros depois de iniciadas, as obras do Metrofor arrastam-se, mas agora com o fio da esperança de que serão finalmente concluídas. Dinheiro não é problema. Pelo contrário, ele está no caixa do Governo do Estado, responsável pela sua implantação. Os primeiros trens chegarão no fim de agosto e entrarão em teste no mês seguinte. O problema agora são as multinacionais Alstom - que já foi acusada de pagar propina para ganhar licitação do metrô de São Paulo -, Siemens e Adtranz, responsáveis pelo fornecimento do que pode ser chamado de "coração do metrô" - os sistemas de sinalização, controle e eletrificação. Elas se recusam a entregar o que lhes cabe no contrato, alegando que os preços originais subiram muito durante o tempo em que a obra ficou paralisada - algo em torno de cinco anos. O TCU determinou que as três abram suas planilhas de preços, mas elas se recusam a fazê-lo. E ainda exigem que os preços sejam atualizados. Eis a questão.

domingo, 25 de abril de 2010

Obras do Metrô de Fortaleza serão retomadas hoje


APÓS 43 DIAS PARADAS (13/8/2009)


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Trabalhadores do consórcio construtor estarão de volta ao canteiro de obras do Metrofor. Vagas dos que pediram demissão serão preenchidas
KELLY FREITAS
13/8/2009  - Diário do Nordeste
Segundo Cid Gomes, é necessária a solução urgente do problema entre consórcio e TCU para andamento da obra

Brasília. As obras do Metrô de Fortaleza serão retomadas hoje, após 43 dias de paralisação, apesar de parte dos recursos destinados a ela continuarem bloqueados pelo Tribunal de Contas da União(TCU). O anúncio foi feito ontem em Brasília, pelo governador Cid Gomes, que participou de reunião no Palácio do Planalto, com a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, para debater o andamento das obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no Ceará.

“Hoje (ontem) o procurador-geral do Estado (Fernando Oliveira) me ligou dizendo que o Consórcio amanhã (hoje) retomará a obra e a gente aguarda para o mais breve possível uma decisão do TCU sobre se de fato há algum problema com o contrato firmado em gestões passadas”, afirmou Cid Gomes.

Segundo o governador, as obras vão continuar, apesar de parte dos recursos continuarem retidos, “porque o TCU determinou que para cada R$ 100,00 que a empresa fatura, o Estado paga R$ 28,00 e os outros R$ 72,00 ficam retidos para qualquer eventualidade”. Cid explicou que ainda não há a decisão final do TCU sobre a existência de sobrepreço em relação às licitações e aditivos das obras do Metrofor. “Mas, por medida de prevenção, o TCU recomendou ao Estado e nós vamos cumprir esta recomendação. A empresa faturou R$ 100,00 o Estado pagará R$ 28,00, R$ 72,00 ficam retidos e nós aguardamos para o mais breve possível que o TCU entre no mérito dos valores do contrato e decida se de fato há algum problema”, informou.

A expectativa de Cid Gomes é de que até o fim de agosto o Tribunal julgue o mérito da ação. Segundo ele, o governo Federal, a bancada do Ceará, o governo Estadual, o consórcio e a sociedade estão cobrando uma solução urgente para o problema do Metrofor.

“Precisamos de uma decisão. O Ministério das Cidades está cobrando. Eu mesmo já estive no TCU duas vezes. O pior dos mundos é você ficar na suspeita. Há problema ou não há problema. A empresa tem razão em reclamar que tem 72% de suas faturas vencidas e o Tribunal tem a preocupação de que se houver algum problema já tem resguardado parte dos recursos. Então para solucionar isto é necessária uma imersão nas tabelas de preços, ver o que os técnicos preliminarmente levantaram e decidir”, disse Cid.

PAC

Sobre seu encontro com a ministra Dilma Rousseff, Cid Gomes afirmou que foi para tratar exclusivamente do PAC habitação e saneamento no Estado do Ceará. “As obras de habitação estão andando bem. É claro que sempre tem um probleminha para ser resolvido e as obras de saneamento também estão tendo uma execução satisfatória embora, para isto, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) esteja antecipando o pagamento de faturas enquanto o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal examinam todas as observações que são necessárias para fazer frente às exigências do PAC”.

Apesar de reconhecer que as obras estão andando em ritmo mais acelerado do que o normal, em se tratando de obras tocadas com recursos governamentais, Cid Gomes disse que ainda não se encontra satisfeito com o ritmo do PAC no Ceará.

“Eu sempre acho que poderia ser mais rápido do que está. Para evitar maiores problemas e para dar melhor desempenho, o governo do Estado está antecipando. As obras estão acontecendo. Estamos fazendo saneamento em Crateús, Quixadá e Aracati, saneamento em bacias próximas ao Rio Cocó e ao Rio Maranguapinho. Como parte destes projetos estão ainda em análise, para não atrasar as obras a Cagece está antecipando o pagamento das faturas”, explicou.

Gripe Suína

O governador também garantiu ontem em Brasília que o Estado já tem doses necessárias de Tamiflu, o anti-viral recomendado para o combate à gripe H1N1, e que o Hospital São José está preparado para atender à demanda do Estado. Ele pediu calma à população e disse que apesar das três mortes registradas no Nordeste o momento é de serenidade. 

CONSÓRCIO INFORMA
720 operários voltam à rotina
O Consórcio formado pelas empresas Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Bombardier, Balfour Beatty, Alstom e Siemens, que venceu o processo de licitação para construção do Metrô de Fortaleza, informou que os 720 funcionários que ainda têm vínculo com a obra do Metrofor já foram comunicados da retomada das atividades nos canteiros hoje.

Através de sua assessoria de imprensa, o Consórcio também garante que as 80 vagas deixadas pelos trabalhadores que pediram demissão serão preenchidas o mais rápido possível e que o ritmo das obras deve voltar ao normal em breve.

A expectativa do grupo de empresas é que a Justiça chegue logo a uma decisão sobre o impasse gerado depois das auditorias do TCU. Segundo dirigentes do Consórcio, também é de interesse dos construtores retomar a obra.

Férias e demissões

Nos 43 dias em que a obra do Metrofor esteve parada, algumas decisões judiciais determinaram a retomada dos trabalhos, mas nenhum operário voltou à atividade. Eles tiveram férias coletivas e alguns entraram em programa de demissão voluntária.

Representantes do Consórcio e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias, Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem do Ceará (Sintepav-CE) tiveram reuniões onde foi proposto o programa de desligamento.

De acordo Raimundo Nonato Gomes, presidente do Sintepav-CE, muitos trabalhadores concordaram com a demissão porque não acreditavam na retomada das obras do Metrô de Fortaleza e precisavam trabalhar para sustentar a família.

Com carteira assinada, cada funcionário do Metrô ganha, em média, R$ 800,00. Eles trabalham na construção de 11 estações. A que está mais adiantada é a do Benfica e a mais atrasada, a da Parangaba. 

FIQUE POR DENTRO
Consórcio parou por retenção das verbas
O TCU determinou, em 12 de dezembro de 2008, que o Metrofor retivesse, cautelarmente, R$ 65.438.496,62 - valor referente a possível superfaturamento nas obras de implantação do Metrô de Fortaleza. Após a retenção de 71,23% dos pagamentos, no dia 1º de julho o consórcio Camargo Correia/Queiroz Galvão suspendeu a construção do metrô, deixando cerca de 800 funcionários paralisados. Três dias depois, o governo do Estado entrou na Justiça com ação cautelar, com pedido de liminar se fundamentando no fato de a decisão do consórcio ter sido unilateral

ANE FURTADO E GUTO CASTRO NETORepórteres

Metrô de Fortaleza começa a funcionar em novembro


Diário do Nordeste


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Estação da Parangaba: a paralisação dos trens desagradou aos usuários do sistema. A principal reclamação é quanto ao preço da passagem de ônibus que custa R$ 2,50 
MIGUEL PORTELA
7/1/2010 
A partir da próxima segunda-feira, trecho entre as estações Vila das Flores e Parangaba será interrompido

Depois de 11 anos de paralisações, problemas no repasse dos recursos, modificações no projeto original e brigas na Justiça, o Governo do Ceará informou, ontem, que o Metrô de Fortaleza será entregue à população, em regime comercial, em julho de 2011. Antes disso, já a partir de novembro deste ano, os modernos trens começam a operar em fase experimental nos 24 quilômetros da Linha Sul.

A informação é do titular da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), Adail Fontenelle. De acordo com ele, 60% da obra está concluída. "Estamos a todo vapor para o trecho que ainda falta, com recursos garantidos e trabalho 24 horas por dia", garantiu.

Para dar mais agilidade às obras, afirma, o Metrofor (Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos) irá interromper o tráfego ferroviário na Linha Sul que ainda funciona - da Estação Vila das Flores, em Pacatuba, até a Estação da Parangaba, em Fortaleza - na próxima segunda-feira.

"É importante esclarecer que os trens que circulam na Linha Oeste, ligando Caucaia à Estação João Felipe, Centro de Fortaleza, continuam operando normalmente e sem problemas".

Fontenelle explica que a decisão de parar os trens no trecho se deve em razão da segurança. "Seria perigoso continuar a obra em paralelo ao funcionamento dos trens entre a Parangaba e Pacatuba".

A notícia não agradou aos usuários que utilizam o trem diariamente. Principalmente porque irão desembolsar, em um trecho, R$ 2,50, que é o valor da tarifa do ônibus intermunicipal. O preço do bilhete de trem custa R$0,50. "Vou passar esse ano trabalhando só para pagar o transporte. Deus me ajude", declara o padeiro, José Celso Lopes.

O estudante Edilberto Góes faz as contas e reclama. "Como pode, pago meia tarifa ou R$,025. No ônibus vou desembolsar muito mais do que se pagasse inteira no trem. Fica difícil para ir de Maracanaú ao campus da UFC".

O responsável pelo Departamento Municipal de Trânsito de Maracanaú, coronel Castelo Branco, adianta que os prefeitos de seu município e de Pacatuba tentam acordo junto aos empresários de ônibus, com intermediação do governo estadual no sentido de reduzir a tarifa até a inauguração do metrô. "Vamos negociar o subsídio para o diesel, o que possibilitaria baratear a passagem".

O secretário Adail Fontenelle avalia que isso não será possível. "Nem juridicamente e nem de forma nenhuma a proposta dos prefeitos será aceita. Isso não deve ser nem cogitado". O titular da Seinfra avalia que o sacrifício dos 4.200 usuários que fazem o percurso Vila das Flores/Parangaba diariamente tem um objetivo maior.

Fique por dentro 
11 anos de lutas e dificuldades


Em Janeiro de 1999, os moradores de Fortaleza começaram ver na cidade o início das obras do Metrofor. Na época, a previsão era de que a primeira etapa do projeto fosse concluída em 11 meses e que o metrô fosse entregue em 2002. Entre 2001 e 2002, o MPF já tinha encaminhado uma série de recomendações à Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) em relação ao contrato estabelecido com as construtoras. Em 2007, as obras do Metrô de Fortaleza são incluídas entre as beneficiárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que destinou R$ 523,5 mi. Já em 2009, após 43 dias de paralisação, as obras foram reiniciadas em agosto. A decisão foi tomada antes mesmo do julgamento do TCU sobre supostas irregularidades nos valores repassados ao projeto. Por fim, em 2010, o governo anuncia início da fase experimental para novembro deste ano e inauguração em 2011

Enquete 
Sacrifício necessário


"Nem sei quanto vou ter de gastar agora com o ônibus, mas é muito. No entanto, o metrô é importante e precisa ser inaugurado rapidamente"
Sebastião Alves Braga
43 ANOS
Vendedor

"Complicado e não é justo para quem não pode nem com a tarifa do trem. Sei que o metrô é necessário e que o sacrifício cai em cima dos mais fracos"

Valdomiro Rufino Gomes
58 ANOS
Feirante

"A diferença será grande, pois a tarifa do trem é R$0,50 e a do ônibus, R$ 2,50. Não poderei vir aqui a Fortaleza tantas vezes como vinha antes"

Socorro Maria da Silva
58 ANOS
Dona-de-casa

LÊDA GONÇALVES
REPÓRTER